Em resposta às investigações sobre um caso de tortura no bairro Jardim Alvorada, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), com apoio da Polícia Militar (PMMG), lançou a Operação Alvorada na última quinta-feira (7/11). Conforme informado em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (11/11), a ação resultou na prisão de quatro suspeitos e na apreensão de armas e diversos materiais ilícitos.
As investigações sobre um “tribunal do crime” instalado entre os bairros Nacional, em Contagem, e Jardim Alvorada, em Ribeirão das Neves, começaram em agosto de 2024, quando a polícia identificou disputas entre grupos criminosos rivais pelo controle do tráfico de drogas na divisa dos municípios. O delegado Alex Dalton de Souza explicou que os confrontos entre as facções vinham aumentando a violência na região, com trocas de tiros frequentes durante o dia, gerando pânico entre os moradores.
Em um episódio de tortura, um morador do Jardim Alvorada foi abordado e brutalmente agredido, em suposta retaliação por crimes contra o patrimônio que teria cometido na área. O ataque foi registrado em vídeo, e as imagens recuperadas mostram a vítima sendo espancada com pauladas, socos e chutes, em um “castigo corretivo”, segundo o depoimento de um dos suspeitos presos.
Segundo a polícia, integrantes do grupo rival, do bairro Nacional, utilizavam drones para monitorar a área e planejar futuros ataques contra os adversários. O delegado destacou a “crescente sofisticação” das ações dos grupos, que buscam controlar o tráfico na região e espalham o medo entre os residentes.
Durante a operação, a PCMG apreendeu uma vasta quantidade de materiais ilícitos, entre eles, uma pistola calibre 9mm, uma espingarda calibre 12, duas pistolas calibre .40 e um revólver calibre 38. Também foram encontradas 54 pedras de crack, 112 pinos e 105 papelotes de cocaína, 262 buchas e seis barras de maconha, além de itens usados para embalagem de drogas.
Outros itens apreendidos incluem mais de R$ 4 mil em dinheiro, 65 munições de diferentes calibres, uma arma de choque, três carregadores, quatro miras a laser, um drone, um radiocomunicador, um aparelho DVR, um notebook, sete celulares, quatro toucas ninja e dois veículos.
A polícia segue com as investigações para desarticular as organizações criminosas e reduzir a violência nas comunidades afetadas.
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