Uma pesquisa recente da Quaest, divulgada neste domingo (16/2), revela que as famílias brasileiras de todas as classes sociais têm sentido no bolso o aumento nos preços dos alimentos e das contas de água e energia elétrica. O levantamento aponta que oito em cada dez brasileiros relatam que o preço dos alimentos subiu, com percepção semelhante em todas as faixas de renda.
De acordo com o Estado de Minas, os dados da pesquisa confirmam os números da inflação oficial. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) aponta que os preços dos alimentos e bebidas subiram nos últimos cinco meses, com alta acumulada de 5,4% no período, superando a inflação de todo o ano de 2024 (4,83%).
A alta nos preços dos alimentos é puxada, principalmente, pelos produtos consumidos em domicílio, como a cenoura (36,14%), o tomate (20,27%) e o café moído (8,56%), que tiveram variações significativas em janeiro. Segundo Fernando Gonçalves, gerente responsável pelo IPCA, a alta dos alimentos foi influenciada por condições climáticas adversas em diversas regiões do país.
Além dos alimentos, as tarifas de água e eletricidade também pesaram no bolso dos brasileiros, principalmente das famílias de classe baixa (69%). O aumento das contas de água e esgoto ocorre há três meses, com as tarifas avançando 0,97% em janeiro, a maior variação mensal para o mês desde 2023 (1,44%).
As contas de luz, por sua vez, tiveram um impacto menor no IPCA de janeiro, com as tarifas de energia elétrica residencial ficando 14,4% mais baratas devido ao desconto concedido às famílias com menor consumo. O "Bônus Itaipu" beneficiou 78 milhões de consumidores, com um repasse total de R$ 1,3 bilhão aprovado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
A pesquisa Quaest ouviu 2.000 brasileiros e revela que a alta dos alimentos tem impactado a imagem do governo Lula, que chegou a pedir para que os consumidores evitem comprar produtos com preços elevados. A alta dos alimentos é considerada um dos principais motivos para a queda de popularidade do presidente, que já demonstrou preocupação com o tema.
O levantamento "Diferenças Entre Classes Sociais Brasileiras" tem margem de erro de 3 pontos percentuais para a classe média e 4 pontos percentuais para as classes baixa e alta.
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